Nutella ou Roots?

Nutella ou roots? Seu pet é do tipo sombra e água fresca ou poderia fazer uma ponta nos filmes do Indiana Jones? Esse é o primeiro diagnóstico a ser realizado antes de decidir em qual hotel ou pousada você deve se hospedar com ele.

Cães “sombra e água fresca”, que eu chamo de “Nutellas”, são coringas: todos os tipos de hospedagem funcionam para eles. Tranquilos, adaptam-se rapidamente e não necessitam de grandes atrações como trilha e piscina.

Já os “roots”, que têm energia para dar e vender, necessitam de uma série de atividades para não ficarem ansiosos. Chega a ser maldade exigir que um cão hiperativo fique sentado por horas ao lado do seu tutor em uma espreguiçadeira de hotel. A chance de dar errado é imensa. Ele provavelmente vai roer o que estiver ao seu alcance, latir e não parar quieto. As pessoas ao redor podem, com razão, se incomodarem.

O que fazer em uma situação como essa? Escolher um hotel que ofereça atividades para os pets ou cansá-lo bem antes de obrigá-lo a ficar “de boas”.

Enquanto a nutella Ella cansa facilmente e fica horas deitada no seu colchonete, os amigos dela Beethoven, Troy e Lisa, que são ligados no 220 volts, precisam de espaço para correr e uma piscininha para nadar.

Nem todos os cães são para todos os locais pet friendly – e ao entendermos quem é nosso pet e o que é bom para ele, as chances de errarmos diminuem dramaticamente.

Quando criamos a Universidade Pet Friendly e começamos a dar assessoria para os estabelecimentos, diagnosticamos o medo que muitos deles tinham de aceitar cães e terem problemas com os demais hóspedes.

Foi, então, que criamos os perfis nutella e roots, pois o mais importante é deixar claro o tipo de pet para cada proposta de hospedagem. Não é uma questão de limitar o porte aceito ou os locais de acesso dos pets nos hotéis, mas explicar o que eles têm para oferecer.

Os “pais e mães” de pets não querem ficar longe de seus filhos peludos e, por isso, é um grande erro limitar o acesso deles ao café da manhã e áreas de lazer. Assim como é um equívoco classificar o bom comportamento de um cão baseado no seu porte. Se os humanos entenderem e educarem seus pets e os estabelecimentos os receberem com acessibilidade, todo mundo sairá ganhando.

Coluna publicada no Estadão.

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