MENU

(use para a categoria comer&beber)

Condições Climáticas

Viagem por Mogi Mirim

Mogi Mirim fica a duas horas de carro da capital paulista. Com cerca de cem mil habitantes, é uma típica cidade do interior com muitas casas e quase nenhum prédio, ruas tranquilas, muitas praças, sítios nas redondezas, um roteiro de restaurantes que servem peixes e pessoas apaixonadas pelos animais, que além de fazerem um trabalho social memorável, ainda têm o sonho de transformá-la em destino pet friendly. Poderíamos ter ido visitá-la para realizar mais uma reportagem sobre onde ir com o seu pet, porém, além de fazer esta investigação, tínhamos uma missão a mais: ensiná-la a receber bem os pets.

Um pouquinho do seu passado

Apesar de Mogi Mirim não fazer parte (ainda) de um roteiro turístico superconhecido, ela tem um passado digno de atenção. Fundada por bandeirantes em busca de pedras preciosas, significa Pequeno Rio das Cobras no idioma tupi. A igreja matriz de São José, de 1928, onde eu e a Ella aparecemos abaixo, é a principal da cidade. No ano de 1932, na Revolução Constitucionalista (devido à ela temos o feriado do dia 9 de julho), São Paulo resolveu se rebelar contra o governo autoritário de Getúlio Vargas e pedir novas leis para o Brasil. E, vejam só, em Mogi está um abrigo subterrâneo (que pode ser visitado) usado para guardar mantimentos durante o combate.

Cris e Ella “turistando na praça principal da cidade

Os trens

Outra data histórica aconteceu em 1875, mais precisamente no dia 27 de agosto, quando Dom Pedro II inaugurou a estação de trem. Sim, Mogi é cortada pelos trilhos da Ferrovia Centro-Atlântica onde diariamente mais de 80 vagões das locomotivas levam grãos para Mato Grosso, Minas Gerais e Santos. Bucólico para quem mora na cidade grande, nostálgico para seus habitantes e o que dizer da plataforma de “mentirinha” que foi construída no pacato bairro de Jardim Ipanema por uma moradora que queria oferecer aos seus netos a experiência de ver o trem passar? Tivemos que fazer um pit stop com direito a tirar fotos para registrar o mais instamagravel dos cenários.

Coxinha e palmito

Levarei vocês a conhecerem o que vi em Mogi em um delicioso dia de inverno em que o céu estava azul, azul azul e o sol esquentava na medida certa. Nossa primeira parada foi na padaria Vitória, que tem um deck externo com mesinhas e cadeiras.

Padaria Vitória

Quando fui namorar o cardápio, o que encontrei? Coxinha de palmito! Enquanto a Ella curtia o solzinho matinal ao meu lado, em cima do seu colchonete, eu provava a coxinha. Eu não como frango, portanto, adorei esta opção vegetariana. Dei nota máxima à ela. Meu amigo Paulo pediu a coxinha de pernil e, da mesma forma, rasgou elogios. Neste mesmo dia, eu voltei na padaria para comprar uma água. Lembro de ter olhado para o deck e pensar: que belo lugar para curtir o entardecer com amigos e nossos pets, é claro, pedir uma cerveja e uma porção de coxinhas.

coxinha de palmito

Onde turistar

Logo aprendi que Mogi Mirim tem um importante passado. Pedi para o jornalista Sebastião Zoli Junior, morador e apaixonado pelos animais, a escrever o roteiro histórico e ganhei as dicas: “O passeio é uma caminhada pelas Praças Espaço 250 anos Valter Abrucez, Rui Barbosa, São José, Floriano Peixoto conhecida como “Jardim Velho”, Duque de Caxias e da Bandeira. Todas localizadas no centro da cidade.

A “excursão” pode durar a manhã toda, se o visitante for curioso. Na Praça da Bandeira tem feirinha de artesanato, gastronomia de boteco e apresentações de artistas locais. Também vale dar uma passadinha pela Antiga Estação da Mogiana, que foi inaugurada por Dom Pedro II em 1.875.

Nas manhã de sábado

Todo sábado, a partir das 9 horas da manhã tem feira de artesanato na praça Espaço 250 anos Valter Abrucez e apresentações do “Projeto Coreto Vivo” e de artistas locais na Praça Rui Barbosa. Além da Feirinha de Adoção.

Coreto da praça São José

Alguns cartões postais: obelisco do primeiro centenário de Mogi Mirim, o Relógio do Sol, a Igreja Matriz de São José (onde a Ella aparece abaixo), o monumento dos pracinhas de Mogi Mirim, Centro Cultural Professor Lauro Monteiro de Carvalho e Silva (onde tem um museu) e o chafariz “O menino do Guarda-chuva”.

Igreja Matriz de São José

Pit stop na floricultura dos gatos

Uma das coisas que me seduz em uma cidade do interior é justamente seu ritmo mais lento onde o mundo pode ser observado melhor.

Ellinha observando a vizinhança

Fomos conhecer a floricultura dos gatos, onde a dupla de felinos Fred e Greg moram e fazem as honras da casa.

Fred e Greg

Esta casa de flores e artesanatos, que possui um centenário de vida, chama Laços e Flores. Ela é comandada há 25 anos pela Fátima Fernandes, que também expõe seu trabalho de artesã na feirinha da José Bonifácio. O poeta Guilherme de Almeida, na década de 1910, morou na casa da esquina. Atravessando a rua, está a Praça da Bandeira, onde levei a Ella para dar uma voltinha depois de ter conhecido os gatos anfitriões.

Floricultura Laços e Flores

Parecia um sonho…

Nosso almoço estava marcado no Villa Mogi, em Cachoeira de Cima, que fica afastado do centro da cidade e faz parte do roteiro de restaurantes especializados em peixes. No meio do caminho passamos pelos diversos sítios da região e ficamos encantados com o verde que domina a paisagem. Quando o carro deixou a estrada em direção à casa, já estávamos no ritmo adequado, afinal, um grande almoço nos esperava e pressa não combinava com o cenário de sonhos que tínhamos pela frente. À esquerda, embaixo da sombra das árvores, estão algumas dezenas de mesas. Acima delas um céu de guarda-chuvas coloridos. A sensação é de estar em um sonho. Escolhemos uma mesa, nos sentamos e deixamos o Zoli, que é cliente frequente, fazer o pedido. Ele não poderia ter escolhido melhor.

restaurante Villa Mogi

Cerca de meia hora depois provamos o peixe Pintado, que é a grande atração do cardápio e merece todos os elogios. A Ella, ao meu lado, sentia os cheirinhos novos e estava tão relaxada quanto nós.

Espeto de Pintado: o melhor!

E, claro, provamos o petit gateau com sorvete de creme e o pudim de leite da casa.

pudim de leite e petit gateau

Antes de irmos embora, fomos até o espaço das redes, onde fiquei namorando minha cachorrinha. Nos despedimos com vontade de voltar e loucas para contar a todos os amigos sobre a grande descoberta.

Espaço das redes

Parcão

O Complexo Lavapés, conhecido como Zerão, que passa ao lado de um córrego, é um parque incrível e imenso. Nele há quadras esportivas, espaço para piqueniques e o Parcão, que foi projetado em uma parte com sombra pensando justamente no bem-estar dos pets. Espere encontrar uma área cercada com alguns aparelhos de agility.

Onde dormir

O Portal Hotel Mogi Mirim é uma ótima opção para quem viaja com o seu pet. Há diversas categorias de quartos, dos simples e econômicos aos mais aconchegantes como testado pela Ella na foto abaixo. Destaque para a banheira design onde eu pretendo relaxar na minha próxima viagem à Mogi.

Ellinha no hotel Portal
banheira que flechou meu coração

Pessoas que fazem a diferença

Nada seria possível fazer em Mogi Mirim se não houvesse pessoas dispostas a dedicar tempo e talento em busca de uma cidade amiga dos animais. Meus anfitriões foram a Sônia e o Zoli. Passamos o dia inteiro juntos. Escutei eles contarem sobre o que já fazem e também o que desejam realizar em prol do pets e fiquei ainda mais animada porque para mudar mentes, conceitos ultrapassados e conquistar novos espaços é necessário ajuda.

A Sônia Modena é presidente da câmara dos vereadores de Mogi Mirim. Ela trabalha com a causa animal há 30 anos e sonha em ver sua cidade aceitar os pets em todos os locais: de estabelecimentos comerciais à repartições públicas. Conta com orgulho, que de segunda a sexta há castração gratuita para cães e gatos das pessoas de baixa renda, além de consultas com veterinários. A prefeitura apoia o grupo de protetoras independentes da cidade que constantemente faz resgates de animais. Mogi foi pioneira no Estado de São Paulo a proibir fogos com estampido e está prestes a colocar em votação o projeto de lei que permite os pacientes internados na Santa Casa serem visitados por seus animais de estimação.

E, claro, ela foi de uma doçura incrível com a Ella, o que me conquistou em segundos. Como eu sempre falo: quem faz bem à Ella, tem meu coração.

Ella e Sônia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *