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Hotéis pelo sul do Brasil

Longe é um lugar que não existe: voltei do sul do Brasil com essa ideia.  Claro que um carro seguro e confortável faz toda a diferença. Assim como uma estrada em boas condições de tráfego. No post anterior (serra gaúcha pet friendly) comentei que toda a BR 101, de São Paulo ao Rio Grande do Sul, está duplicada e ótima. Portanto, em breve, faremos mais viagens pet friendly para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Reportagem publicada no Estadão.

Ella no Hotel Refúgio da Montanha: exemplo de como um hotel deve receber os pets

Cuidados com os pets no carro

O fato da Ella (minha filha e sócia pet no Guia Pet Friendly) ser acostumada e gostar de andar de carro foi outro fator decisivo no sucesso da viagem. Desde que ela tem 1 ano de idade usamos carros por aplicativo para ir trabalhar. Isso é rotina. Também para passear, portanto, minha cachorrinha relaciona carro a algo bom e rotineiro. Aproveito para lembrar da importância de colocar cinto de segurança nos pets. O cinto é importante para os animais pelo mesmo motivo que é para os humanos: no caso de uma freagem abrupta quem não estiver preso, pode se machucar.

Ella no Laghetto Viverone Canela que já entendeu que os pets são hóspedes importantes. Foto: Cris Berger

Uma viagem de longa distância com um pet exige paradas para ele fazer xixi e cocô, comer e esticar as pernas. Nada muito diferente do que para nós. Apenas fique atento aos horários do seu pet. A Ella tem seus tempos certinhos e, dentro do possível, busco respeitá-los. Pode ser que um dia ou outro, ela demore um pouco mais para comer e tudo bem. O que não podemos vacilar é com os xixis e cocôs, estes precisam ser mais regulares. Quem sabe você tenta coincidir a sua hora de ir ao banheiro com a do seu cachorro? E, agora, um conselho de ouro: escolha com muito cuidado onde levar seu pet para fazer as necessidades. Veja se há outros animais soltos por perto, não vá a um local ermo em que você pode ser assaltado. E, claro, nada de sair do carro com o pet sem guia, principalmente se estiver em uma rodovia. Recentemente, soube do caso de um pet que saiu do carro, sem a tutora ver, e foi roubado.

Fique de olho na temperatura do carro, quem está no banco de trás pode ter mais ou menos calor ou frio em relação a quem está na frente. Tenha um pote de água portátil e garrafinha de água filtrada à mão. Armazene a ração ou alimentação natural em um isopor, cooler ou térmica, com gelo ou placas geladas, para manter a temperatura ambiente ou, se for o caso, congelado. Para quem tem pets alérgicos a picadas de mosquitos, fique com a “farmacinha” por perto. Afinal, ninguém quer abrir a mala no meio da viagem em busca de remédio, certo?

Pousada, hotel, resort ou Airbnb?

Nos 22 dias de viagem pelo sul do Brasil ficamos hospedados em 12 locais diferentes. Um deles não aceita pets, eu tentei reverter o quadro, mas eles foram irredutíveis, pois as experiências que tiveram com outros cães não foram positivas. Uma pena.

Ella na pousada Santarina que aceita Pets há 15 anos. Foto: Cris Berger

Entre as 11 opções que vamos dividir com vocês, estão pousadas, hotéis, um resort e cabanas para serem alugadas via Airbnb ou direto com o proprietário. Bem, as pousadas e os hotéis vão lhe entregar serviços que eu considero fundamentais em uma viagem: quarto limpo, cama estendida, toalhas trocadas, café da manhã pronto e não ter que lavar louça. O resort, mais opções de lazer. Por outro lado, a locação de uma cabana, dará a liberdade que você tem em casa: seu pet terá acesso a todos os locais, poderá latir sem você se preocupar em atrapalhar o vizinho e subirá no sofá da sala sem olhares tortos. Porém cheque antes se há cerca ou muro na propriedade da cabana que impeça do seu pet de fugir, você não conseguir pegá-lo e ele se perder ou se há outros animais soltos. Mesmo que lhe digam que são “bonzinhos”, você não sabe como outro cachorro irá reagir com o seu e, provavelmente, como o seu reagirá com outros. O importante é estar ciente das condições de segurança e tomar uma decisão baseada nelas. Eu sei que a Ella não fugirá e não é reativa com outros cães, ainda assim, busco evitar um encontro repentino e sem a minha supervisão.

Eu amei todos os locais que nos hospedamos, cada um com a sua característica, porém eu tenho uma cachorra “curinga”, que se adapta fácil e só quer estar ao meu lado, portanto, analise a personalidade do seu cão e também a sua e escolha de acordo com a expectativa e o momento de vida de vocês.

Cabanas 

Nós ficamos em duas cabanas encantadoras: Vêneto (diária a partir de R$ 450,00) na serra, em Cotiporã e Salto (diária a partir de R$ 800,00 a diária) em Mariana Pimentel, no interior do Rio Grande do Sul.

Ella combinando com a decoração elegante e clean da cabana Salto. Foto: Cris Berger

A Cabana Salto fica no meio do nada e se você gosta de silêncio, natureza e conforto, vai amá-la. Clean, elegante e cheia de adoráveis atrações ao ar livre como ofurô, parrilla, fogueira e vista para o horizonte verdinho. Dentro, há uma lareira, sofá que vira cama super confortável, telão com projetor para ver filmes e cozinha equipada com louças lindas. Além do banheiro dos sonhos! Sim, tem uma banheira preta, dois chuveiros lado a lado, toalhas felpudas dobradinhas. E uma janela grande com vista para o verde. É uma casa dos sonhos, no estilo escandinavo. Há um gramado enorme em frente a casa, perfeito para os pets brincarem. Você tem toda a liberdade, mas nenhum serviço e tem que levar os insumos que vai cozinhar.

Hotéis na serra gaúcha

Na serra gaúcha ficamos hospedados no Laghetto Viverone Canela, (diárias a partir de 260,00) Hotel Refúgio da Montanha (diárias a partir de R$ 800,00) e Petit Casa da Montanha (diárias a partir de R$ 550,00). Todos com as comodidades de um hotel e, atenção, liberdades para os pets. Veja que avanço! Nos três hotéis fizemos as refeições ao lado da Ella, que ganhou kit pet com caminha e comedouros e foi bem recebida pelos funcionários. Este é o mundo que eu quero ver! E, agora, vamos aos pontos fortes: o café da manhã do Petit é de comer de joelhos e o kit pet super sofisticado. Gostei muito do espaço do restaurante do Refúgio destinado aos pets: grande, ensolarado e com lareira. O quarto do Laghetto é espaçoso e tem varandinha com vista para o skyline de Canela.

Ella provando o kit pet do hotel Petit Casa da Montanha, eleito o melhor da viagem. Foto: Cris Berger

Hotéis em Porto Alegre

Passamos duas vezes por Porto Alegre ao longo da viagem e recomendo que ela não seja ignorada da sua viagem, pois há muitas coisas bacanas para serem feitas na capital. Ficamos hospedados no Hilton Porto Alegre (diárias a partir de R$ 804,00)que é espetacular em termos de conforto e serviço. Sugiro o quarto 1208 por ter uma salinha com poltrona e vista privilegiada para o Parcão (parque Moinhos de Vento) que está na esquina e deve ser visitado por você e seu cachorro. O café da manhã por lá ainda está sendo revisitado e eu já deixei minha contribuição mostrando como é importante ter uma área para estarmos com os pets.

Ella no Hilton Porto Alegre, um hotel pet friendly em construção. Foto: Cris Berger

Também ficamos no Laghetto Viverone Moinhos, (diárias a partir de R$ 439,00) em que a “porta de entrada” passa por uma casa tombada, de 1930, e arranca suspiros – ainda mais se você gosta de decoração, pois todo o lobby tem assinatura da Casa Cor. Há diferentes tipos de quartos: do simples e funcional aos que acompanham a beleza da entrada. Aqui a questão do café da manhã igualmente está em revisão, por enquanto não há uma área para nós.

Rumo aos cânions

Gramado e Canela sempre serão as cidades com mais atrações da serra e isso é ótimo. Elas, sem dúvida, merecem dias no seu roteiro. A pequena e pacata Cotiporã está perto da região dos vinhos, que tem Bento Gonçalves como cidade mais conhecida. Não tivemos tempo de desbravar o Vale dos Vinhedos e vizinhança e voltaremos para cumprir essa meta.

Agora, os cânions são uma emoção diferente. As rodovias RS 235 e 020, que ligam Gramado à Cambará do Sul são deslumbrantes. Da mesma forma que é entre Bom Jardim da Serra e Florianópolis, já na serra catarinense. Essa região é conhecida como os campos de cima da serra onde a luz é mais intensa, o céu tem um azul forte e o sol um dourado que emociona. As araucárias seguem dominando a paisagem e a presença de vaquinhas pastando são constantes. Poesia, meus caros, pura arte.

E é justamente por estes lados que está o Parador Cambará do Sul. Ah, que lugar deslumbrante! De um lado há barracas (que são casinhas bem equipadas com jacuzzi na varanda) e do outro casulos (casinhas mais novas e modernas). Ambas, apaixonantes. O restaurante do Parador é responsável por todas as refeições. Há um restaurante especializado em trutas perto dali (O Casarão – R. João Francisco Riter, 969) que merece uma visita. No mais, jogue âncora e fique a contemplar o horizonte. Os pets ganharam espaço e podemos fazer as refeições com eles, contemplando os campos pelas paredes de vidro, no Bar que tem mesas e cadeiras, altas e baixas, e todo conforto. O deque, quando o tempo ajuda, é o camarote.

Ella “de camarote”no deque do Parador Cambará do Sul. Foto: Cris Berger

Ainda assim, vale ir até a beira do rio, sentar em uma das poltronas de madeira, fechar os olhos e escutá-lo correr. Este momento chama “água terapia” e faz um bem danado. Depois, caminhe. Sim, saia a desbravar a natureza. E, claro, respire fundo todo o ar puro que está ao seu alcance.

A sala de água terapia. Foto: Cris Berger

Há diversos passeios que podem ser agendados com a equipe do hotel e você deve estar pensando: os pets são aceitos nos cânions? A resposta é não. Ainda não. Fui até o cânion do Itaimbezinho, recebi a informação de que não poderia entrar com a Ella, pedi para falar com a supervisora – que foi super gentil – e sugeri abrirmos um debate sobre o assunto. Espero, logo mais, ter novidades a respeito.

Há melhorias para serem feitas no Parador em relação aos pets, mas eu diria que depois que passaram a aceitá-los no Bar para que as refeições pudessem acontecer em família (sim, os pets são filhos), ele se tornou uma opção incrível para uma feliz viagem pet friendly. Vocês têm os campos de cima da serra para fazer longas caminhadas, um hotel com todas as deliciosas comodidades, a natureza como o melhor cenário e conforto de sobra. Inclusive, o seu pet também ganha cama e comedouros próprios.

Ella no Bar do Parador: área pet para tomar café da manhã. Foto: Cris Berger

Ainda pelos cânions, fomos à Bom Jardim da Serra, já em terras catarinenses. Eu gostaria muito de ter seguido pela serra, mas uma parte da estrada está em obras e, por isso, tivemos que descer até a BR 101 e subir, novamente, pela Serra do Rio do Rastro. Teria sido um programa lindo se tivéssemos chegado de dia e sem neblina. Como já era noite e a viração tirou toda a visão, foi um ato heróico chegar ao topo. Ainda mais porque éramos o primeiro carro de uma imensa fila, ou seja, lideramos a odisséia. Por sorte, concluímos todos vivos.

O ingrediente aventura/saímos vivos foi um motivo a mais para tornar nosso chalé no Rio do Rastro Eco Resort, (diárias a partir de R$ 1.500,00) devidamente equipado com lareira e jacuzzi, o melhor lugar do mundo. No dia seguinte, tomamos café da manhã na varanda do nosso quarto, olhando o lago e nos preparando para ir até a borda do cânion, que faz parte da propriedade, ou seja, não seremos barrados.

Ella na varanda no Rio do Rastro Eco Resort. Foto: Cris Berger

Infelizmente, ou simplesmente como parte da natureza, a viração entrou e não tivemos visibilidade do paredão imenso que compõe o cânion e o mundo lá baixo, afinal, estamos a cerca de mil e quinhentos metros de altitude. A área do resort é enorme, tem trilhas, espaços para contemplar a natureza, quadra de beach tênis, jacuzzi, piscina aquecida e com borda infinita, sala de jogos e de massagem, galpão criolo e restaurante. Você vai cruzar com lhamas, que andam soltas, e com os cães que são mascotes e moram lá. Mais uma vez, ande com o seu pet na guia e tenha certeza de que ele é sociável com outras pessoas e animais para evitar problemas e sofrimento.

Nosso retorno para São Paulo estava marcado para o dia seguinte, portanto, tivemos que seguir em direção norte. Dessa vez, consegui ir pela serra e tive o prazer de contemplar a paisagem cenográfica da serra de Santa Catarina, que não perde em nada para o litoral.

Em Florianópolis, nos hospedamos no Blue Tree, (diárias a partir de R$ 350,00) que fica a uma quadra da beira-mar. Ele é ótimo, ficamos em um quarto grande com salinha e vista para o mar. Que dupla maravilhosa: espaço e algo bonito a admirar pela janela! Apenas a parte do café da manhã por aqui não está bem resolvida e não há espaço para os pets no restaurante.

Ella no Blue Tree Floripa: no caminho de tornar-se um bom pet friendly. Foto: Cris Berger

O domingo de sol e temperatura outonal, apesar de ser inverno, nos impossibilitou de ir para a capital paulista. Seria uma grande insanidade não aproveitar um dia assim, portanto, estendemos nossa hospedagem e desfrutamos o dia em uma caminhada pela beira-mar, pegamos praia em Jurerê Internacional (sem ter problema com a Ella, apesar de cachorro não ser permitido por lei) e vimos o pôr do sol em Santo Antônio de Lisboa. Perfeito.

Nosso próximo post, ainda sobre o sul do Brasil, será sobre os principais passeios e experiências gastronômicas com a Ella. Certamente, você vai curtir tanto quanto as dicas de hospedagem que acabamos de compartilhar. Já começou a organizar a sua viagem?

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