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E os gatos, devem sair?

A ilustradora Cristiane Assanuma é tutora de quatro pets. Entre eles, Karin, uma gata da raça norueguês da floresta. Cristiane frequenta hotéis, restaurantes e eventos com sua gatinha, que se adaptou bem aos passeios por seu temperamento dócil, tranquilo e não se assustar com facilidade. Mas será que todos os gatos são assim?

No caso de Karin, os treinos começaram cedo. No começo, Cristiane a levava para passeios curtos. Com o tempo, as distâncias aumentaram, até a Karin sentir-se segura para levá-la a lugares novos. As saídas não se limitavam a pet shops para tomar banho ou visitas ao veterinário. Ela buscou relacionar os passeios a momentos de prazer. Ao pegar a coleira, dava um petisco.

Quando elas viajam para hotéis, Cristiane leva a caixa de areia e a cama de Karin. Antes de ir, ela se certifica que as janelas são lacradas e que as maçanetas não podem ser abertas pela gata – sim, ela sabe abri-las. “Levo a Karin dentro do sling ou bolsa de transporte e coloco peitoral com plaquinha de identificação. Tenho na bolsa spray de Feliway; que passa uma sensação de bem-estar; petisco, sachê de ração úmida, pote de água e brinquedo”, relata.

A experiência com a Karin é um case que deu certo, mas isso não é regra. A natureza do gato é de ser reservado, territorialista e com dificuldade de se adaptar, rapidamente, a novos cenários. A especialista em comportamento e bem-estar felino Juliana Damasceno, da WellFellis, salienta alguns pontos que devem ser observados. Juliana, que também é bióloga, mestre e doutora em psicobiologia, explica que, para gatos, a presença de cães costuma ser aversiva – e nos locais pet friendly eles são maioria.

Quando um gato deixa sua casa – seu local conhecido e seguro –, uma situação de estresse é apresentada. Para saber se ele está confortável, observe sua postura corporal. Um felino tranquilo vai estar com o rabo elevado, e não lateralizado. Sua orelhas não podem estar baixas, suas pupilas dilatadas e nem a respiração ofegante.

A decisão de levar um gato a um local pet friendly é delicada. Leve em consideração a personalidade do seu pet, treine-o desde filhote a sair de casa, não abra mão da caixa de transporte, que é sua rota de fuga. Cuidado para que sua vontade de estar com ele não ultrapasse o real bem-estar de seu bichano.

Coluna publicada no Estadão.

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